sexta-feira, 25 de abril de 2008

Filé ao molho de gorgonzola

Quando eu tinha doze anos (há bem mais de doze anos), meu irmão começou a namorar a Rosa. Isso durou até 1999, quando eu já era um estudante faminto morando num prédio sujo da João Pessoa. Eles terminaram o namoro e em menos de um ano os dois já tinham casados com outras pessoas e, até onde eu sei, nunca mais se falaram.

Mas como eu tinha praticamente crescido com a figura, ela foi promovida a irmã-por-merecimento e passou a ser o meu pouso oficial em Sampa.

Tá, e daí?

Daí que a mãe da Rosa é cozinheira (além de ex-delegada da Polícia Federal), o pai da Rosa é cozinheiro (além de cantor de jazz e música tradicionalista), o padrasto da Rosa é cozinheiro (além de dublador de filmes e voz oficial do canal da Sony) e a Rosa é cozinheira profissional. Já foi professora de culinária e chef em alguns restaurantes, incluindo um francês em Sampa, antes de largar tudo pra ir fazer iluminação e cenografia no teatro. E me ensinou que filé ao molho gorgonzola é um dos pratos mais ridículos de se fazer do mundo. Então vamos ao que interessa.

Esta receita é literalmente a dela, mas eu acrescentei alguns comentários meus:

- meio quilo de filé mignon, fatiado para bife

- 200g de gorgonzola
[Na verdade eu uso umas 350g de gorgonzola, ou um pacote TPZ*]

- duas caixinhas de creme de leite, das pequenas

- caldo de legumes
[Essa é a parte mais chata: eu nunca entendi que caldo é esse. Segundo a Rosa, é um caldo que vem em envelopes (mas não a sopa) pra ser preparado com água e sem sal. Ou eu não entendi muito bem ou o Zaffari não vende, mas tem um da Sazon, que vem numa caixinha cheia de envelopes, que funciona, mesmo sendo um pouco salgado. Quando eu for a Sampa de novo vou pedir pra ela me mostrar que diabos de caldo é esse]

- sal e pimenta branca

[Na falta de pimenta branca, só sal]


Modo de preparo:

Antes de mais nada, façam o caldo de legumes, mas fraquinho. Tipo, se a receita da caixa diz “um envelope para meio litro d’água”, usem meio envelope para meio litro d’água. Nem vale dobrar a água porque a maioria desse caldo vai fora. Se for muito salgado, façam ainda mais aguado. A idéia é que ele não tenha gosto de nada.

Façam uma redução do creme de leite.

[Eu: “Rosa, que diabos é redução?” Rosa: “Deixa ferver até que tenha menos creme de leite que no começo. Uns dois terços. Vai ficar mais consistente” Eu: “Ahhhn... ok”]

Acrescentem o queijo gorgonzola, mexam até derreter e deixem ferver até ficar mais cremoso. Vai cheirar bem. Mas também vai talhar.

Daí entra o pulo do gato: misturem um pouco (bem pouco mesmo) do caldo de legumes. Isso vai desfazer o “talho” (tá, sei lá) e deixar o molho mais uniforme. Na dúvida, coloquem bem pouquinho e, se não funcionar, mais um pouco, até dar certo. Mas o caldo não pdoe deixar gosto no molho.

[Na prática, eu sempre fico com medo de encher desse caldo e estragar o molho, então os meus sempre ficam um pouco talhados no fim. Mas o bom desse molho é que dá pra errar à vontade e ele pode até não ficar tão bonito, mas sempre fica sensacional.]

Temperem os bifes com o sal e a pimenta branca, sem exagero, e fritem como preferirem. Eu sempre faço mal passado. Derramem o molho sobre os bifes no próprio prato, na hora de servir.


Pronto. Pra comer com batata palha, vinho e companhia.



* TPZ - Tamanhão padrão do Zaffari

Um comentário:

Anônimo disse...

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